Por Carla Helena Lange em 01/09/2021
Tempo de leitura: 7 minutos

Como atender o paciente da geração pós-covid-19?

A pandemia de coronavírus mudou muito a realidade dos pacientes e das clínicas médicas. Por isso, médicos e gestores precisam se preparar.
Como atender o paciente da geração pós-covid-19?

A pandemia de covid-19, sem dúvidas, provou-se um evento marcante para toda a nossa geração. Ela modificou profundamente a forma como nos relacionamos, trabalhamos, nos alimentamos e até como consumimos diferentes serviços. 

Isso exigiu uma adaptação de todas as esferas da sociedade e a implementação de novos processos, para que fosse possível que até mesmo os setores mais básicos e fundamentais, como clínicas e consultórios médicos, pudessem exercer sua função.

Muitas dessas novas práticas não nasceram da pandemia. As pessoas já vinham exigindo processos menos burocráticos, mais ágeis, personalizados e, sobretudo, digitais. Contudo, a covid-19 acelerou essa evolução tecnológica.

As clínicas e consultórios médicos também foram fortemente impactados pela pandemia. De modo geral, foi preciso repensar a forma como eram realizados os atendimentos. As teleconsultas, por exemplo, se tornaram comuns, uma vez que a atividade presencial ficou bem restrita durante o ano de 2020.

Mas com a vacinação contra o coronavírus avançando no país, muitos médicos e gestores de clínicas já começaram a se questionar: como será o paciente da geração pós-covid? Tudo será como antes? Como a pandemia afetou os pacientes e o que será necessário para atender suas expectativas no futuro próximo?

Quem é a geração pós-covid?
Novos hábitos: o que já está mudando no pós-covid?
Quais são as expectativas dos pacientes pós-pandemia?
Prepare-se para atender os pacientes pós-covid-19!

Quem é a geração pós-covid?

Quem é a geração pós-covid?

A geração covid ou pós-covid se refere aos chamados “bebês da pandemia”. Isto é, crianças nascidas entre 2020 e 2021, ou, ainda, as crianças que estão vivendo sua primeira infância neste contexto pandêmico. Há especialistas que marcam 2016 como o ano de início dessa geração.

Também chamada por alguns de geração C, a primeira grande observação feita sobre esse grupo é que seus representantes estão menos acostumados ao que existe de fora de sua bolha de convívio. 

Afinal, o isolamento social privou-os do contato físico frequente com outras pessoas. Tal realidade foi muito estressante para todos que estavam habituados com o mundo pré-pandemia, mas para as crianças que não viveram neste mundo, a situação é diferente.

Além da familiaridade com a tecnologia como intermediária das relações pessoais e com as redes sociais, em teoria, as crianças do pós-covid-19 estão melhor habituadas a costumes característicos da pandemia, como o uso de máscaras e do álcool em gel para a desinfecção das mãos e de objetos.

Segundo especialistas, o medo de doenças é mais uma característica que será observada no futuro, devido às marcas que o coronavírus deixou no mundo. Isso tende a tornar essa nova geração mais cuidadosa com a própria saúde, contudo, pode ser que os pequenos apresentem, futuramente, alguns problemas de socialização, especialmente com crianças da mesma idade.

Apesar das apostas feitas sobre o comportamento da geração C, muitos alertam que a sociedade, como um todo, mudou com a pandemia. Ou seja, seríamos todos parte de uma certa geração pós-covid, pois fomos impactados pelas transformações desse período e carregaremos muitos desses comportamentos de agora em diante.

Portanto, não é errado pensar nos pacientes como parte dessa geração, mesmo os que já são adultos. Até porque alguém que já era cliente da clínica pode muito bem voltar com novas necessidades e expectativas sobre os serviços de atendimento médico.

Ou seja, é essencial pensar em formas de atender pacientes em sua clínica médica levando em conta as transformações da época da pandemia.

Novos hábitos: o que já está mudando e será predominante no pós-covid?

Novos hábitos: o que já está mudando e será predominante no pós-covid?

Existe um mundo pré-pandemia e um pós, isso é fato. O “novo normal” está vindo com uma série de hábitos que já estão enraizados no cotidiano das pessoas e em seu modo de pensar. E não estamos falando só do uso do álcool em gel. Acompanhe:

Tecnologia mais presente do que nunca

Com a pandemia e o isolamento social, nos tornamos mais dependentes do que nunca da tecnologia para realizar as tarefas mais básicas do nosso dia a dia.

O trabalho ganhou um espaço dentro do lar, com o home office. As compras no supermercado estão sendo feitas por aplicativos de entrega. Diversos cursos e até a educação formal agora sequer precisam de encontros presenciais para que as aulas sejam ministradas.

E, claro, as clínicas médicas tiveram de mergulhar no mundo digital para atender um paciente que precisa ter acesso à saúde mesmo evitando sair de casa.

As pessoas notaram que as ferramentas digitais são muito úteis, não só em períodos de isolamento, mas como facilitadoras do cotidiano, que podem ser encontradas na palma da mão, em seu smartphone. Ou seja, a pandemia vai acabar, mas as inovações tecnológicas que ela trouxe vieram para ficar.

Mais independência e liberdade

Com a internet, o acesso a ferramentas que auxiliam nas tarefas diárias é facilitado. Além disso, as possibilidades de aquisição de conhecimento são infinitas. 

Se, por um lado, isso significa mais dependência das ferramentas digitais, por outro, quer dizer que as pessoas terão mais independência para alcançar dados e informações de forma ilimitada. E mais: tudo isso a qualquer hora.

Assim, sua clínica precisa estar preparada para lidar com pacientes que já chegam com uma ideia do próprio diagnóstico, ou mesmo que já consultaram outras clínicas ou atendimentos digitais.

Contato com outras pessoas

Devido à fácil transmissibilidade do coronavírus, o isolamento social foi uma medida necessária para tentar conter a propagação da doença. Com isso, ter contato social direto se apresentou como um risco real à saúde das pessoas.

Esse cenário foi suficiente para que muitas pessoas começassem a apresentar resistência a sair de casa. O que é uma medida correta a ser tomada, mas que, para muitos, como consequência, acabou se tornando uma verdadeira fobia social.

O fato é que, com a retomada gradual da normalidade, muitos indivíduos terão que reaprender a conviver diretamente com outras pessoas e a dividir o espaço. Especialmente neste momento de transição, em que aglomerar ainda é um risco, a moderação e o bom senso são altamente necessários.

A geração C, nesse cenário, terá de aprender a interagir pela primeira vez, provavelmente mais tarde do que o planejado pelos seus pais.

Receio do futuro

A origem do vírus responsável pela pandemia de covid-19 ainda não é um consenso. Para aqueles que não estavam acompanhando assiduamente os noticiários no fim de 2019, a sensação é que o surto global de coronavírus veio “do nada”. 

Isso faz com que muitos se questionem sobre a possibilidade de novas pandemias surgirem tão subitamente quanto essa. Tal medo está tornando algumas pessoas mais cuidadosas consigo mesmas e com o próximo.

Cuidado dobrado com a saúde

Essa mudança no comportamento dos pacientes deve ser acompanhada de perto pela sua clínica médica!

Durante 2020 e 2021, a recomendação geral para a população foi que ficássemos atentos a qualquer sintoma característico da covid-19. Isso fez aumentar consideravelmente a percepção que temos sobre os nossos corpos, por vezes, notando dores e demais incômodos que antes passavam despercebidos.

Evidentemente, há de se tomar cuidado com exageros, mas, de modo geral, esse fenômeno fez crescer a procura por cuidados médicos preventivos, o que é um saldo positivo. 

A expectativa é que a prevenção se torne mais comum, facilitando o diagnóstico precoce de diversos problemas de saúde e permitindo o tratamento médico antes que se tornem preocupantes de fato.

Quais são as expectativas dos pacientes pós-pandemia?

Com transformações tão profundas no cotidiano, o público das clínicas médicas certamente apresentará novas expectativas sobre os serviços que consome, especialmente no que diz respeito à tecnologia. Pacientes mais digitais esperam e desejam clínicas mais digitais.

Acostumados com as experiências oferecidas pelos serviços online, um atendimento personalizado será fundamental para qualquer consultório que queira fidelizar um paciente. 

Então, é preciso ir além e realmente estender a experiência de atendimento do paciente, a fim de oferecer um serviço mais completo possível, que potencialize o efeito do tratamento. Por exemplo, utilizando os canais de comunicação direta da clínica, como SMS, e-mail e WhatsApp para fazer o acompanhamento do paciente entre consultas.

Prepare-se para atender aos pacientes pós-covid-19!

Contar com ferramentas de telemedicina é uma ótima forma de garantir possibilidades de atendimento pós-pandemia. Isso porque, durante o último ano, os pacientes descobriram o quão conveniente essas práticas podem ser. 

As teleconsultas, por exemplo, são muito eficientes quando não há a necessidade de um exame físico no consultório. 

As prescrições digitais, por sua vez, são úteis tanto em atendimentos presenciais quanto remotos. Elas são especialmente interessantes para os pacientes que precisam de medicação de uso contínuo, evitando o deslocamento até a clínica apenas para pegar uma receita médica.

Investir em um software de gestão para clínicas médicas é também uma grande recomendação. Afinal, um bom sistema ajuda a melhorar consideravelmente o fluxo de trabalho no consultório, tornando os processos mais ágeis, consequentemente, modernizando e refinando o atendimento ao paciente.

Lembrando que muitos softwares já possuem ferramentas integradas para facilitar a comunicação com o público.

Além disso, é preciso implementar uma cultura de segurança de dados na clínica, em virtude da quantidade de informações pessoais e sensíveis dos clientes no consultório médico. Com a inserção progressiva da empresa no mundo digital, contar com práticas de segurança é imprescindível.

Outro investimento que se fará muito necessário é em marketing. Especialmente em marketing digital para clínicas médicas

Com a grande quantidade de clínicas e consultórios oferecendo serviços similares aos seus, estar presente na web e mostrar seus diferenciais, por meio de uma imagem de marca bem consolidada, é crucial para captar novos pacientes e fidelizá-los.

E por fim, mas não menos importante, não poderíamos deixar de fora o atendimento humanizado ao paciente

Com as experiências digitais cada vez mais personalizadas, os clientes do consultório não aceitarão menos do que um atendimento que os tratem como indivíduos, que dê atenção às suas dores e que esteja disposto a colaborar verdadeiramente para resolvê-las. 

Isso vale tanto para o médico quanto para os demais profissionais da clínica, como recepcionistas, secretárias (os), entre outros.

Então, para te ajudar a ter um atendimento ainda melhor e fidelizar seus pacientes, preparamos um eBook completo. Confira:

Da captação à fidelização de pacientes: o que fazer?
Analista de Conteúdo

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